


Geral
A lagarta da espiga do milho, Helicoverpa zea, é uma das pragas de maior importância econômica para a agricultura mundial. No Brasil, constatou-se que as infestações de H. zea são de até 96,3%, causando danos de até 8,4%, com 2,1% em conseqüência de grãos comidos, 2,0% de grãos podres e 4,3% de falhas. Além do milho possui dezenas de hospedeiros secundários como alface (Lactuca sativa), alfafa (Medicago sativa), alho (Allium sativum), amendoim (Arachis hypogaea), Brassica oleracea, (Allium cepa), ervilha (Pisum sativum), feijão (Phaseolus vulgaris), melancia (Citrullus lanatus), melão (Cucumis melo), milho (Zea mays), pepino (Cucumis sativus), soja (Glycine maxi), tomate (Solanum lycopersicum), trigo (Triticum aestivum), algodão (Gossypium hirsutum), sorgo (Sorghum bicolor), fumo (Nicotiana tabacum), couve flor (Brassica oleracea var. Botrytis), brócolis (Brassica oleracea var. capitata), morango (Fragaria ananassa).
Aparência e ciclo de vida da Lagarta-da-espiga do milho
Os ovos são esféricos, de coloração branca a amarela, com saliências laterais, passando para marrom próximo à maturação, medem 1 mm de diâmetro e são depositados individualmente (até 15 por espiga). A mariposa coloca seus ovos nos estilos-estigmas (cabelo do milho). No entanto, a praga pode também colocar os ovos nas folhas de plantas ainda em estádios vegetativos de desenvolvimento. Num período de três a quatro dias dá-se a eclosão das lagartas que se alimentam do estilo-estigma e dos grãos em formação. As larvas medem cerca de 35 mm, de coloração que varia entre verde-claro, rosa, marrom ou quase preta, com faixas longitudinais escuras e claras alternando-se ao longo do corpo, cabeça amarela ou marrom, espiráculos escuros e bem evidentes. Após o desenvolvimento das lagartas, estas se tornam pupas de coloração marrom, brilhante e escura, medindo cerca de 20 mm. Das pupas surgem os adultos que tem cerca de 40 mm de envergadura, apresentando asas anteriores de coloração amarelo-parda, com uma faixa transversal mais escura, possuem manchas escuras dispersas sobre as asas e asas posteriores são mais claras, com uma faixa nas bordas externas. Cada fêmea pode ovipositar até 1.000 ovos. O ciclo de vida total desse inseto é em torno de 40-45 dias, sendo que o inseto passa por seis instares larvais num período de cerca de 28 dias. Podem ocorrer durante o ano mais de cinco gerações. A praga possui hábitos noturnos movimentando-se a partir do entardecer.
Sintomas e danos
No milho, o ataque das pragas causa redução da fertilidade e do peso dos grãos, as lagartas atacam os estigmas impedindo a fertilização provocando falhas em toda a espiga. Ao alimentarem-se dos grãos, deixam orifícios que facilitam a penetração de microrganismos, podendo causar podridões. Em outras culturas apresentam diversos sintomas: pragas brocam os frutos, destroem mudas, alimentam-se dentro da coroa da planta causando buracos na nervura central, abrem pequenos orifícios na extremidade da flor e causam falhas na produção de grãos.
Os danos da lagarta-da-espiga muitas vezes são confundidos com os danos causados pela lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda. Quando a larva está presente na espiga podem-se separar facilmente as espécies através da coloração da cabeça. A lagarta-da-espiga tem a cabeça de coloração marrom bem clara enquanto a lagarta-do-cartucho apresenta a cabeça quase preta.
