Geral
Brasil é o maior produtor mundial de laranjas e o maior exportador do suco de laranja. Sendo responsável por 50% da produção mundial de suco de laranja. O Brasil, também se encontra entre os principais países fornecedores dos óleos essenciais, ao lado da Índia, China e Indonésia, que são considerados os quatro grandes produtores mundiais. No ano de 2011, o volume total exportado de óleo essencial foi de mais de 24 milhões de quilogramas o que representa um valor maior que US$ 128 milhões. A citricultura promoveu um total de 230 mil empregos diretos e indiretos no Brasil e uma massa salarial anual de R$ 676 milhões.
Diaphorina citri Kuwayama, 1908, (Hemiptera: Psylloidea: Liviidae) é uma das principais pragas na cultura dos citros. É nativa do subcontinente indiano e espalhou-se para outras regiões produtoras de citros na Ásia, em Nova Guiné, na Ilha da Reunião, na Ilha Maurício, na Arábia Saudita e na América. Na Arábia Saudita, Ilha Reunião e Ilha Maurício, a praga foi detectada em. No continente americano, o primeiro registro ocorreu no Brasil, em 1942 (como uma praga secundária), o registro posterior só ocorreu na Argentina em 1997, a partir desta data aconteceu uma grande dispersão em todo o continente americano, sendo confirmada sua presença seguidamente por todo Caribe. Na Flórida (EUA) sua presença foi informada em 1998, Cuba (1999) e Texas em 2001.
Aparência e ciclo de vida do Psilideo
Trata-se de um pequeno inseto que mede cerca de 2 mm de comprimento, de coloração marrom claro quando novo é manchado de escuro quando mais velho. Vivem principalmente nas brotações novas, folhas e ramos das plantas cítricas. Os ovos do Psilídio medem cerca de 0,3 mm de comprimento, são de cor amarela e assumem tonalidade alaranjada antes da eclosão das ninfas. São colocados em brotações novas, apresentam forma alongada e afilada na extremidade e coloração amarelo-alaranjado. As ninfas têm o corpo achatado, pernas curtas e são amareladas, tornando-se marrom-esverdeadas no último ínstar. Durante a alimentação, eliminam substâncias açucaradas e brancas em grande quantidade. Os adultos medem de 2 a 3 mm de comprimento, são marrons e têm o corpo coberto por uma substância pulverulenta de cor esbranquiçada. Suas asas são transparentes e, as anteriores, têm manchas escuras com formato irregular. Normalmente, permanecem na face abaxial das folhas novas com a cabeça quase tocando a superfície e formando um ângulo de 45º com o corpo. Alimenta-se na face inferior das folhas e saltam ou voam pequenas distâncias quando perturbados. Seu ciclo dura entre 15 e 40 dias, dependendo de temperatura e humidade. As fêmeas têm a capacidade de colocar até 800 ovos. Os danos diretos causados pelo inseto devido à sucção contínua de seiva geralmente não representam prejuízos ao pomar. Mas o inseto é uma grande ameaça ao setor por transmitir as bactérias Ca. L. asiaticus e Ca. L. americanos, causadoras do HLB.
Sintomas e danos
São insetos sugadores de seiva e, por suas picadas sucessivas, causam elevado dano, enrolando as folhas, retorcendo ou engruvinhando os brotos, impedindo assim, o crescimento normal da planta. Se a infestação for intensa, provocam o secamento dos ramos e a redução da produção. Devido ao líquido açucarado que expelem, atraem as formigas e favorecem o desenvolvimento de fumagina. Através de suas picadas, inoculam substâncias tóxicas as plantas. A infestação em período de brotação é sempre mais intensa, promovendo a super brotação da planta. Além destes danos, esta praga é um dos vetores da bactéria Candidatus Liberibacter, agente do “greening”, que é uma doença de origem asiática e africana constatada nos pomares brasileiros.
No controle biológico podem ser usados os parasitoides Tamarixia radiata, que naturalmente ocorre no campo em áreas com baixo controle químico ou em áreas de cultivo orgânico. Também é possível o controle com fungos entomopatogênicos como Isaria fumosorosea e Beauveria bassiana.